Mais de 10 milhões de brasileiras podem ter lipedema e não sabem, segundo dados do Instituto Lipedema Brasil. No mundo, 10% das mulheres são acometidas pela doença — caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura no corpo, em especial, nas pernas. A enfermidade também provoca dor, inchaço, hematomas e sensação de peso nos membros inferiores.
A cirurgiã vascular e membra da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Cristienne Souza, explica que a condição crônica é pouco conhecida e o diagnóstico é essencialmente clínico. Ela aponta que o lipedema não é causado por excesso de peso — e há um fator característico para o diagnóstico.
“Ele tem uma peculiaridade que é preservar pés e mãos, ou seja, geralmente esse acúmulo de gordura não acontece nos pés e nas mãos — o que pode ajudar a diferenciar de outras comorbidades como, por exemplo, obesidade e sobrepeso”, destaca a cirurgiã.
É importante o diagnóstico precoce e incentivar hábitos saudáveis. Na avaliação da especialista, a paciente diagnosticada precocemente pode frear a evolução da doença.
“Vai impedir o desenvolvimento dessa doença para as fases mais avançadas nas quais já tem uma certa limitação da capacidade funcional desses pacientes. E elas devem, a partir do diagnóstico, fazer um acompanhamento médico com o especialista”, diz.
Diagnóstico e tratamento
O lipedema não tem cura e prejudica a qualidade de vida das mulheres, por exemplo, com a perda de peso — mesmo com atividade física constante aliada à boa alimentação.
O tratamento é contínuo e demanda dieta focada em alimentos anti-inflamatórios. A especialista Cristienne Souza orienta a busca por acompanhamento nutricional para auxiliar na perda de peso, além de atividades físicas regulares. Drenagem linfática e uso de compressão elástica também são indicados.
Sinais de alerta
O lipedema pode acometer mulheres em fases como a puberdade, por isso é importante se atentar aos sinais. Confira os sintomas mais comuns:
dor e a sensibilidade ao toque nas áreas afetadas
facilidade em desenvolver hematomas,
uma sensação de peso e desconforto nas extremidades
dificuldade em perder peso na áreas afetadas
alteração na textura da pele
complicações associadas, como redução da mobilidade dificuldade em realizar atividades diárias
Progressão da doença
Segundo o Instituto Lipedema Brasil, o diagnóstico precoce colabora para evitar a progressão da doença ao longo dos anos — que é dividida em quatro estágios.
Estágio I – Pele com aparência normal e subcutâneo em forma de nódulos palpáveis. Drenagens e alimentação regrada podem aliviar alguns dos sintomas.
Estágio II – Apresenta pele irregular e endurecida, com acúmulo de gordura em forma de nódulos, e pode apresentar dores. E hematomas são frequentes.
Estágio III – Grande acúmulo de gordura, com deformidades da pele. Estágio em que dores e hematomas são frequentes.
Estágio IV – Pele com grandes deformidades e gordura associada à lesão do sistema linfático, causando edema nos pés. As dores são fortes na maioria dos casos e há dificuldade de deambular. Hematomas frequentes.
Fonte: Brasil 61
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