Neste mês, o Brasil se veste de amarelo não apenas por causa das Olimpíadas, mas também por uma causa nobre, o Julho Amarelo, campanha nacional dedicada à prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Este mês é dedicado para conscientizar a população sobre a importância do combate a essas doenças silenciosas, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que, em 2023, 520 mil pessoas no Brasil tenham hepatite C, mas ainda sem diagnóstico e tratamento. Já no caso da hepatite B, o Ministério estima que quase 1 milhão de pessoas vivam com a doença no país e, destas, 700 mil ainda não foram diagnosticadas.
As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E, como conta a médica Hepatologista, Nicoly Eudes. “Essas doenças são consideradas silenciosas, pois na maioria das vezes não ocasionam sintomas. Porém, em alguns casos, podem apresentar sintomas pouco específicos, como mal-estar, dor abdominal, febre e até sintomas mais específicos, como olhos amarelados, urina de cor escura e fezes de cor mais clara. Importante ressaltar que na presença desses sintomas, a pessoa deve procurar um médico, em busca de um diagnóstico precoce”, explica.
Muitas pessoas não sabem, mas o fígado é um órgão essencial para o nosso corpo. “Ele exerce funções muito importantes. O fígado produz várias substâncias, dentre elas a bile que auxilia na digestão dos alimentos. Além disso, o fígado armazena nutrientes e tem função de desintoxicação, filtrando substâncias tóxicas do nosso organismo. Dessa forma, é fundamental os cuidados com este órgão”, conta a profissional.
No Brasil, as hepatites B e C são as mais preocupantes devido ao seu potencial de evoluir para doenças crônicas, aumentando o risco de cirrose e de câncer de fígado, o que ressalta a importância do tratamento adequado e direcionado a essas patologias.
A detecção precoce das hepatites virais é fundamental para realizar o tratamento eficaz e evitar complicações mais graves. O diagnóstico dessas doenças é realizado através de exames de sangue específicos e, sendo constatadas, é fundamental que o tratamento seja iniciado o mais precoce possível, principalmente nos casos que apresentem indicação de tratamento específico. Dessa forma, é possível reduzir os riscos das complicações geradas por estas doenças e até mesmo possibilitar a cura.
A especialista alerta que a transmissão das hepatites pode ocorrer de várias formas, incluindo contato com sangue contaminado, relações sexuais sem proteção e compartilhamento de seringas, mas não se resumem a isso. “As pessoas devem estar atentas às formas de transmissão: cuidados com a higiene pessoal, como lavar as mãos após ir ao banheiro e antes de se alimentar, reduzem a possibilidade de contaminação com o vírus da hepatite A. Já nos casos das hepatites B e C, a principal forma de transmissão é o contato com sangue e secreção sexual contaminados, portanto, a pessoa deve ter atenção com materiais perfurocortantes e não fazer o seu compartilhamento, além disso devem se atentar ao uso de preservativo nas relações sexuais”, destaca
O Julho Amarelo é uma oportunidade vital para reforçar a luta contra as hepatites virais no Brasil. Através da conscientização, prevenção e tratamento é possível reduzir significativamente o impacto dessas doenças. “Eu gostaria de reforçar a importância da conscientização sobre as hepatites virais, pois alguns tipos podem evoluir para formas crônicas, ocasionar cirrose e aumentar o risco de câncer de fígado. Portanto é fundamental ficar atento ao quadro vacinal e ter os cuidados básicos de higiene. Nas relações sexuais, é importante fazer o uso de preservativos. Outra dica é o não compartilhamento de itens pessoais, como alicates de unha e giletes. Com esses cuidados, é possível reduzir o risco de contaminação pelos vírus da hepatite”, finaliza Nicoly.
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