Os astronautas norte-americanos Barry Eugene Wilmore, 62, e Sunita Williams, 59, da Nasa, retornaram à Terra hoje, após passarem nove meses no espaço, em uma viagem que deveria ter durado oito dias.
Cápsula Crew Dragon Freedom, da missão Crew-9, com os astronautas, "aterrissou" por volta das 18h57 desta terça-feira, 18 de março de 2025. Os astronautas pousaram na Costa do Golfo da Flórida, nos Estados Unidos, e foram recolhidos por uma embarcação, que os deixaram em terra firme.
O trajeto da ISS até o pouso na costa da Flórida durou cerca de 17 horas e foi considerado um sucesso.
O retorno encerra uma missão espacial prolongada, repleta de incertezas e problemas técnicos, e transformou um raro exemplo de planejamento de contingência da Nasa, a agência espacial norte-americana –– e as últimas falhas da Starliner –– em um espetáculo global.
Wilmore e Williams, dois astronautas veteranos da Nasa e pilotos de teste aposentados da Marinha dos Estados Unidos (EUA), foram lançados ao espaço como a primeira tripulação da Starliner em junho para o que se esperava ser uma missão de teste de oito dias. Mas problemas com o sistema de propulsão da Starliner levaram a atrasos em cascata em seu retorno para casa, culminando com a decisão da Nasa de levá-los de volta em uma nave da SpaceX neste ano, como parte do cronograma de rotação de tripulação da agência.
Viagem de volta à Terra teve o apoio do astronauta norte-americano Nick Hague, e dos cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov. Eles foram enviados para a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) em setembro passado, com dois lugares vagos na nave, usados para transportar de volta Williams e Wilmore.
Essa foi a terceira viagem de Wilmore e Wiliams ao espaço. Eles foram enviados em 5 de junho de 2024, em uma cápsula Starliner da Boeing e deveriam retornar em oito dias. Entretanto, devido a problemas técnicos com a Starliner, a Nasa considerou o retorno da dupla arriscado, o que prolongou a viagem dos dois pela ISS.
A estadia de Willmore e Williams no espaço excedeu a rotação padrão de seis meses da ISS. O atraso na missão colocou o planejamento de contingência da Nasa no centro das atenções, bem como as falhas do Boeing Starliner.
Wilmore e Williams permaneceram 286 dias no espaço – mais do que a duração média de seis meses da missão na ISS, mas muito aquém do recordista americano Frank Rubio. Seus 371 dias contínuos no espaço, que terminaram em 2023, foram o resultado inesperado de um vazamento de líquido refrigerador em uma espaçonave russa.
Viver no espaço por meses pode afetar o corpo humano de várias maneiras, levando desde a atrofia muscular até uma possível deficiência visual.
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