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Jornal Classivale Dia do Autismo

A importância do diagnóstico precoce do autismo e sua conscientização social

Um passo essencial para o desenvolvimento

02/04/2025 às 16h37 Atualizada em 02/04/2025 às 16h45
Por: Jornal Classivale
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A importância do diagnóstico precoce do autismo e sua conscientização social

 

O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no dia 2 de abril, tem como objetivo promover o conhecimento sobre o transtorno do espectro autista (TEA) e reforçar a importância do diagnóstico precoce, da inclusão social e da quebra de preconceitos. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que, em termos absolutos, mais de 2 milhões de brasileiros vivem com o transtorno, embora esse número possa ser ainda maior devido à subnotificação e falta de diagnóstico em muitas regiões. No entanto, especialistas ressaltam que a conscientização tem aumentado e os serviços de apoio e tratamento estão se expandindo para garantir que essas crianças e adultos recebam a assistência necessária.

De acordo com o médico psiquiatra, Dr. Arthur Lobato, o autismo é uma condição que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental do indivíduo, e a identificação precoce dos sinais e sintomas pode fazer toda a diferença na evolução do paciente. “Como em todos os casos da medicina, o tratamento precoce favorece uma evolução muito mais positiva e um melhor prognóstico. Quando o autismo é diagnosticado antes dos cinco anos de idade, o progresso da criança é muito satisfatório. Na adolescência ou na fase adulta, as alterações podem ser até imperceptíveis em alguns casos”, explica o Dr. Arthur.

Dr. Arthur Lobato, médico psiquiatra da FSFX

 

O psiquiatra destaca que o autismo pode se manifestar de diferentes formas e graus de intensidade e que a intervenção precoce ajuda na inclusão, tanto no ambiente escolar quanto no mercado de trabalho. “Existem diferentes graus de autismo e, em alguns pacientes, o tratamento é tão positivo que, em algumas situações, conseguem realizar tarefas de forma até mais eficiente do que pessoas sem a condição. A principal barreira hoje é o preconceito. As pessoas precisam entender que a inclusão vai além da simples adaptação. Ela envolve uma mudança de atitude, uma conscientização dos ambientes e da sociedade como um todo”, afirma o especialista.

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Arthur destaca que a escola, muitas vezes, é o primeiro ambiente onde o autismo é identificado, sendo fundamental o papel dos professores nesse processo. “Eles são muitas vezes os primeiros a perceberem sinais do transtorno. Uma criança com autismo pode ter dificuldades com interpretação de texto, escrita ou em acompanhar o raciocínio da sala. O apoio dos educadores é essencial, assim como pequenas adaptações no ambiente escolar que podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento do aluno”, afirma o psiquiatra.

Em relação ao tratamento, o médico reforça que as terapias comportamentais são essenciais. “O uso de medicamentos é uma medida complementar, quando as terapias não farmacológicas não são suficientes. O essencial são as terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a terapia ocupacional, musicoterapia, psicopedagogia e atividades físicas”, destaca o psiquiatra. 

Ele salienta que, sem essas intervenções terapêuticas, o desenvolvimento da criança pode ser comprometido, independentemente do uso de medicações.

A importância da conscientização

De acordo com o médico, um dos maiores desafios enfrentados por pessoas com autismo é o preconceito. Ainda há uma visão limitada sobre as capacidades dessas pessoas, o que pode gerar barreiras em sua inclusão social e profissional. Para o Dr. Arthur, a conscientização é fundamental para criar um ambiente mais inclusivo. “É preciso identificar onde há preconceito e tornar os ambientes mais acessíveis. Algumas adaptações simples, como reduzir a quantidade de pessoas em uma sala ou reduzir a intensidade do som, ajudam a proporcionar um espaço mais adequado para essas pessoas”, explica.

O médico explica, ainda, que embora o número de diagnósticos tenha aumentado, não significa necessariamente que o autismo esteja mais comum, mas sim que a capacidade de identificação melhorou significativamente. “Antigamente, pouco se falava sobre o autismo. Hoje, com o avanço da medicina, a capacidade diagnóstica aumentou. O que vemos é uma melhora na identificação e no entendimento sobre o transtorno, mas ainda existem desafios. O principal é a conscientização, tanto para os pais quanto para a sociedade em geral. Precisamos entender que o autismo não é uma doença homogênea. Cada pessoa com autismo é única e o tratamento deve ser adaptado à sua realidade”, finaliza.

A celebração do Dia do Autismo é um lembrete de que, com o apoio adequado e a quebra de preconceitos, pessoas com autismo podem alcançar seu pleno potencial, se integrando de forma saudável e produtiva à sociedade.

 

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