• Duas últimas edições da POF (2008 e 2018) revelam que, tanto em Minas Gerais quanto no Brasil, aumentou a proporção de refeições prontas congeladas e caiu a aquisição de cereais e leguminosas;
• Apesar disso, os cereais e leguminosas, somados às hortaliças, frutas, laticínios, carnes, aves e ovos, correspondem a mais da metade da aquisição alimentar dos mineiros (61,7%) e brasileiros (55,9%);
• Composição nutricional dos alimentos consumidos e insegurança alimentar poderão ser mensurados a partir dos dados da POF;
• Gastos com bets, pagamento de dívidas, alimentação, saúde e serviços de streaming estão entre os itens investigados na edição 2024-2025 da pesquisa;
• Qualidade de vida: sensação de bem-estar, otimismo, resiliência e expectativa por oportunidades também são abordadas;
• Orientação sexual, identidade de gênero e percepção de discriminação também estão sendo investigados no levantamento, cuja última edição foi realizada em 2017-2018.
Mais ultraprocessados, menos cereais e leguminosas. De 2002 a 2018, resultados das três edições mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, evidenciam algumas mudanças na composição do prato dos mineiros. A tradicional combinação de arroz e feijão, que em 2002 correspondia a 16,5% das aquisições alimentares domiciliares per capita em Minas Gerais (o que equivale a cerca de 60,9kg por pessoa por ano), passou a 14,1% (ou 44,1kg) em 2008 e novamente caiu para 10,8% (ou seja, 28,6kg por pessoa por ano) em 2018. Em termos de quantitativos em quilogramas, a queda na aquisição anual per capita de arroz e feijão no estado se demonstra bastante expressiva (de 53,0%) de 2002 para 2018. No país, os percentuais de aquisição de arroz e algum tipo de feijão eram, respectivamente, de 13,3%, 11,3% e 9,8%, nas três últimas edições da POF.
Por outro lado, a aquisição de alimentos congelados e refeições do grupo de Alimentos preparados e misturas industriais (ou seja, itens com maiores níveis de processamento) aumentou em 2018, tanto no Brasil quanto em Minas Gerais. No estado, a aquisição alimentar per capita anual era de 0,68kg em 2008 e chegou a 1,54kg no levantamento de 2018 – o que corresponde a um crescimento de 128,3% em uma década. Já no Brasil, o crescimento da aquisição desses itens ultraprocessados foi de 41,1% entre os dois últimos levantamentos da POF, tendo passado de 0,75kg (em 2008) para 1,05kg por pessoa por ano (em 2018).
Apesar do crescimento na aquisição de produtos mais processados, é importante destacar que a base da alimentação de mineiros e brasileiros permanece estruturalmente saudável, concentrada em grupos de itens naturais ou menos processados. Em 2018, os laticínios respondiam por 16,3% das aquisições alimentares domiciliares per capita anuais no estado; cereais e leguminosas apareciam com 11,6% das aquisições; frutas, com 10,7%; e hortaliças eram responsáveis por 10,3% das aquisições em quilogramas.
No primeiro levantamento desses dados após a pandemia, como estarão os hábitos alimentares dos moradores do estado? Esse é um dos quesitos investigados pela edição 2024-2025 da POF, que está em campo desde novembro de 2024 e cujo trabalho de coleta de dados se estende até o fim de 2025.
Sobre a POF
Desde novembro do ano passado, o IBGE tem percorrido domicílios em todo o país para realizar mais uma edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A coleta de dados da pesquisa continua ao longo de 20251, com a previsão de visitas a mais de 100 mil domicílios brasileiros. Em Minas Gerais, a amostra da POF está distribuída em 671 setores censitários de 265 municípios. Serão visitados 7.635 domicílios no estado. Cada domicílio da amostra recebe visitas do agente de pesquisa do IBGE em um período de 9 dias.
A POF é uma pesquisa domiciliar e amostral – o que significa que estão sendo visitados domicílios selecionados aleatoriamente em todas as regiões do país. O principal objetivo da pesquisa é conhecer a estrutura dos orçamentos domésticos – ou seja, os rendimentos das famílias e a forma como distribuem os gastos desses recursos entre produtos e serviços –, o estado nutricional, as condições e a qualidade de vida da população brasileira.
Identidade de gênero, orientação sexual, não discriminação e equidade também são temas da POF 2024-2025
Para moradores maiores de 18 anos dos domicílios selecionados, o IBGE questiona a orientação sexual e a identidade de gênero. Esses temas foram incluídos em outras pesquisas domiciliares do IBGE: a edição de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS – em caráter experimental e apenas a orientação sexual), a Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde (PNDS) de 2023 e a PNAD Contínua em 2024. Na POF, além desses dois quesitos, os entrevistados respondem sobre sua percepção de terem sido discriminados em virtude de sua aparência, sexo, gênero, orientação sexual, cor ou raça, condição social, financeira ou origem geográfica.
Verifique a identidade do entrevistador do IBGE
Como em todas as pesquisas do IBGE, os dados informados nas entrevistas da POF são sigilosos. Para conferir a identidade do pesquisador, basta pedir ao profissional seu número de matrícula e acessar o site respondendo.ibge.gov.br ou ligar no 0800-7218181. Nesses dois canais, ao informar a matrícula do agente, será confirmada sua identidade funcional (e, no site, é possível conferir sua foto).
1 Um dos principais motivos para a coleta da POF ser realizada em 12 meses é o efeito sazonal das aquisições de produtos e serviços. Para que as informações tenham maior qualidade e reflitam o peso relativo desses produtos no orçamento das famílias, é necessário que elas sejam captadas com regularidade e de maneira distribuída ao longo do ano. Considerando a diversidade das despesas e aquisições e o objetivo de conhecer toda a estrutura de gastos das famílias, a POF tem diferentes períodos de referência: 7 dias, 30 dias, 90 dias e 12 meses.
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