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Quando a Massa fala mais alto

A Massa atleticana mostrou o seu poder e a sua indignação quanto a possível contratação de Thiago Neves para o clube. A torcida mais uma vez mostro...

16/09/2020 às 19h47 Atualizada em 16/09/2020 às 19h48
Por: Jornal Classivale
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A Massa atleticana mostrou o seu poder e a sua indignação quanto a possível contratação de Thiago Neves para o clube. A torcida mais uma vez mostrou porque é diferente de todas as outras e porque é a mais fiel e apaixonada em todos os momentos da vida do Clube Atlético Mineiro. Ela é realmente o décimo segundo jogador dentro do campo (porque os jogadores incorporam o espírito guerreiro e são empurrados pelo grito da massa) e fora do campo exige respeito a entidade Atlético e ao “manto sagrado”, a camisa preta e branca, invocando a celebre frase do jornalista e escritor Roberto Drummond (in memoriam) - “Se tiver uma camisa branca e preta pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.

A lição de protesto contra a contração de Thiago Neves, a maior rejeição da história do futebol mundial, foi uma reação jamais vista por uma torcida no Brasil ou em qualquer parte do planeta. A Massa falou mais alto, se mobilizou espontaneamente via redes sociais, mensagens e telefonemas para as redações de emissoras de rádios, jornais e TVs, e presença nas ruas. Foi um protesto pacífico, sem violência, mas que dava um recado que as coisas não seriam aceitáveis para a diretoria e jogador. O ambiente pacífico poderia tomar lugar do ambiente hostil no decorrer dos dias, caso essa contratação se efetivasse. Não haveria clima para a comissão técnica, diretoria e jogador. A começar pela desfiliação em massa do Sócio Torcedor e outras medidas silenciosas da torcida, como não acompanhar os jogos do time de coração durante a permanência desse atleta vestindo o “manto sagrado alvinegro”.

A decisão da diretoria foi relâmpago e o contrato verbal foi desfeito na mesma noite de segunda-feira (14), assim que a notícia foi divulgada e se espalhou; uma noite que entra para a gloriosa história do Clube Atlético Mineiro. O peso da Massa, a importância desta torcida que é o maior patrimônio do Clube foi respeitado.

Transcrevo abaixo um texto publicado pelo amigo jornalista Chico Maia no seu Blog, um relato fidedigno sobre o caso Thiago Neves.

De Viçosa, terra que abriga uma das maiores universidades do país, recebi essa mensagem do advogado e professor, atleticano, Paulo Bento: “Que isso tenha um caráter pedagógico para estes cabeças de bagre que jogam futebol. O mundo dá voltas.”

Pois é! Thiago Neves nunca esperava por essa, mas fez por merecer. Viu que em Belo Horizonte a situação é muito ruim para ele. Detestado pela torcida do Cruzeiro, por ter sido um dos responsáveis diretos pelo rebaixamento, e mais ainda pela massa do Galo, a quem ele ofendeu reiteradas vezes, com gestos e palavras, para fazer média com os cruzeirenses. Pior: ofendeu aos torcedores e à instituição Clube Atlético Mineiro. Não satisfeito, ainda fez piada com a tragédia de Brumadinho, causada pela Vale. Milhares de pessoas sofrendo, e ele e utilizando de tema tão sério e delicado para provocar torcedores rivais.

Saído pela porta dos fundos do Cruzeiro, demorou se recolocar em um grande clube, Grêmio, mas foi dispensado poucas semanas depois de chegar. Em fim de carreira, o Atlético, precisando de um jogador do estilo dele, poderia ser uma fonte segura para um recomeço. Como o Galo sempre foi para vários outros jogadores na história. Mas as bobagens ditas por ele num passado bem recente inviabilizaram um negócio que possivelmente teria sido bom para ambas as partes.

Fica o exemplo para atuais e futuros jogadores e demais profissionais do futebol. Provocações ao rival fazem parte do mundo da bola, mas o desrespeito não. Este tem um preço que costuma ser muito alto. Tudo tem limite, ainda mais para quem já é bem rodado neste meio.

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