Que falta me faz uma namorada.
Vagando sem rumo pelas madrugadas, pelos bares da vida, sem destino, sem sono, aguardando o amanhecer para me recolher;
De léu em léu, sou como uma folha seca que o vento leva a seu bel-prazer e que um dia vai atapetar o chão onde todos vão pisar;
Dormindo sozinho nas noites frias de inverno, sem o carinho e o aconchego de ninguém;
Na solidão do meu quarto, tendo como companhias o telefone, a televisão e o computador;
Fazendo as refeições sozinho, olhando em volta sem ver ninguém;
Vendo do meu quarto de solidão a lua, as estrelas cadentes e um futuro incerto, sem perspectivas;
Caminhando pela praia, vendo o pôr do sol e olhando muito além do horizonte;
Chegando a casa à tardinha depois de um cansativo dia de trabalho, sem ninguém com quem conversar;
Caminhando sozinho sob a chuva, filosofando sob meu guarda-chuva;
Nas tardes mornas lendo poesia, ouvindo música e solfejando La Vie en Rose;
Guiando meus passos rumo à felicidade, retirando as angústias de meu coração carente;
Revivendo grandes paixões, amores antigos, para ser beijado, abraçado e mimado;
Para iluminar minha mente, impregnando de luz meu dia a dia;
Para ser alento de meus dias tristes e solitários e a alegria de meus melhores momentos;
Para passear por caminhos cercados de flores e atapetados de folhas;
Para visitar mãe Iemanjá no fundo do mar e pedir-lhe sua bênção e proteção;
Para dançar entre as nuvens ao som de harpas e violinos tocados por querubins e serafins;
Para visitar os templos dedicados ao amor da Índia e conhecer os autores do kamasutra – a bíblia do amor;
Guiando meus passos rumo à felicidade, retirando as angústias de meu coração tão carente;
Para aplacar minha vontade de amar, de me dedicar a alguém;
Para ser alento de meus dias tristes e solitários e a alegria dos meus melhores momentos;
Para voar na imaginação pelos Andes em busca do ninho do condor para aí descansarmos bem juntinhos e fazermos amor;
Que falta me faz uma namorada!
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